terça-feira, 20 de maio de 2008

Novos rumos para a fotografia no país

José Yalenti

Os primeiros fotoclubes europeus surgiram ainda no século XIX. Com o Foto Cine Clube Bandeirante, fundado em São Paulo em 1939, a fotografia tomaria novos rumos no país. Dentro da "Escola Paulista", José Yalenti se destacaria junto a Geraldo de Barros, Eduardo Salvatore, Thomaz Farkas, Gaspar Gasparian, German Lorca, José Oiticica Filho e outros.

Na década de 40 surgiriam o Boletim Foto Clube e a revista Íris, esta a mais antiga publicação brasileira do gênero ainda em circulação. Criado em 1942, o Salão Paulista de Arte Fotográfica viraria referência nacional e logo se internacionalizaria com a participação de artistas de países vizinhos. A preocupação com o retrato da realidade dá lugar à busca de novas formas de expressão artística. A fotografia de autor romperia com o pictorialismo e assume uma feição experimental em uma sociedade que rapidamente se industrializava e urbanizava. Fragmentação e recriação do mundo visível em um jogo de linhas, luzes e sombras. A influência das vanguardas européias do abstracionismo e do surrealismo.

Yalenti participa dessa ruptura, criticada pelos conservadores de então, como mestre do contraluz e da geometrização dos motivos. Inicia a fotografia arquitetônica, uma tendência definitiva. O contraluz abandona os preceitos clássicos de iluminação, quebra a unidade da cena e evidencia a interferência do fotógrafo. Os fotoclubistas, em sua maioria amadores em fotografia e livres de obrigações comerciais, puderam experimentar e ousar.

Yalenti continuaria ativo até seu falecimento em 1967, aos 72 anos de idade.

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